
Lançado em 2018, Os Imortalistas surgiu com um certo fervor no mundo literário. Levanto dois motivos para isso: a edição bem elaborada da Harper Collins (capa dura, soft touch, imagem bonita) e a premissa inquietante do livro.
Se você soubesse a data de sua morte, como viveria sua vida?
Este é o blurb. Interessante, não é? Fui influenciada pelas críticas positivas e resolvi dar uma chance à história. Ainda que não tenha sido uma leitura fantástica, passo a indicação à frente.
1. Diferentes pontos de vista
Os Imortalistas acompanha cinco décadas de vida das crianças Gold. Tentadas pela chegada de uma vidente capaz de revelar o dia da morte de qualquer pessoa, elas saem de casa com o objetivo de conhecerem o seu destino.
Guiados por um narrador onipresente, mergulhamos na história de cada um dos quatro irmãos, que tomam caminhos diferentes. Nesses encontros e desencontros, vemos a relação dos personagens com a resposta que receberam da vidente, em 1969. Alguns parecem céticos, enquanto outros carregam a revelação como uma bomba-relógio.

2. Trajetória dos personagens
Por trabalhar com tantos protagonistas, o livro é um misto de perspectivas, temperamentos e escolhas certas e erradas, o que torna a narrativa ainda mais ágil e abrangente.
Dividido em quatro partes (com exceção do prólogo), a obra cede espaço para entendermos as ambições e os medos de cada Gold, ainda que a trajetória de vida de uns termine por ser mais curta do que a de outros.
O mais legal é ver que, mesmo estando todos afastados, as histórias alimentam um vínculo único, complementando-se – não por algo tão forte quanto a ligação de sangue, mas pela “sentença de morte” dada por uma estranha durante uma aventura descuidada na infância.
3. Mais do que um drama familiar
Para entender Os Imortalistas, precisamos levar em consideração diversos fatores. É claro que, com o enredo envolvendo uma família, o parentesco é um fator muito importante. Mas não vejo isso como o X da questão.

Os Imortalistas me fez pensar muito sobre a influência que uma informação tão importante como a data da morte tem sobre nós. De que maneira isso nos afeta? Que caminhos percorremos para chegar até este momento tão temido? E mais importante: é possível mudar o curso da história?
Vendo a reação de alguns personagens da trama, acredito que o que determinou a morte deles foi… a própria morte. Eu me pergunto se as coisas teriam acontecido de maneira diferente se não tivessem decidido entrar no apartamento da vidente. Se o último dia deles tivesse permanecido uma incógnita.
Para alguns, acredito que teria feito toda a diferença. Não que qualquer um de nós possa resistir à morte; ela chega. Mas viver à sombra dela se parece para pessoas como Varya Gold mais como uma suspensão da vida.
Esse livro é muito bom!!!! Deveria ser mais valorizado!!
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Deveria mesmo! Traz reflexões muito relevantes 😊
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