
Enfrentei a fera. Após dois anos evitando encarar esse “poemão”, resolvi prestar contas comigo mesma e conhecer a história da Guerra de Troia.
Imaginando que a experiência seria um pouco maçante, resolvi iniciar um diário de leitura deste livro. Quero deixar claro que não me aprofundei no estudo dos versos nem nada disso; minha intenção foi ler e anotar tudo o que pensava conforme progredia com as páginas. Alguns comentários meus, inclusive, pareceram soltos demais – e até inúteis.
Ilíada (6 de junho de 2020 – 9 de julho de 2020)
6 de junho de 2020, sábado – Iniciando a leitura de Ilíada. Li as primeiras páginas da introdução na esperança de que me ajudasse a entender a história – e principalmente a escrita de Homero –, mas o texto parece mais informativo do que explicativo. O mais interessante do texto é que o tradutor levanta as inconsistências da obra, o que me deixa mais tranquila para quando começar de fato o livro.
7 de junho de 2020, domingo – Ainda na introdução. As explicações do tradutor são claras, porém, só consigo pensar em como que o livro é complicado a ponto de levantar acaloradas discussões entre os estudiosos. Mas também, ele é bem antigo…
Meia hora de leitura para entender que Posido é Poseidon.
Comecei o Canto I, mais perdida do que nunca com a enxurrada de personagens. A genealogia dos deuses gregos é um desafio à parte! No entanto, embora achasse que me atrasaria bastante apenas procurando saber quem é quem, os versos se mostraram bem autoexplicativos.
8 de junho de 2020, segunda – Dois pontos que levantei: (i) Ilíada é sobre uma batalha de egos; e (ii) os deuses são bem intrometidos.
Terminei o Canto II. Alguns aspectos do livro me incomodam, sinceramente. Nada em relação à estrutura; eu me refiro à maneira como a história parece não andar por conta das apresentações repetitivas e dos trechos duplicados. Além disso, a figura da mulher, mesmo de Atena e Hera, é constantemente repreendida. Seria uma crítica de Homero ao sistema patriarcal? Hm, provavelmente não.

9 de junho de 2020, terça – Pretendo terminar o Canto V hoje. O conflito culminou na divisão dos deuses, com Atena se mostrando a mais “comprometida” com a guerra. Continuo incomodada com a narrativa dos acontecimentos. Ilíada parece uma série de recortes mal colados – algo que compreendo em parte, considerando quão antiga é a obra e como ela foi modificada diversas vezes ao longo dos séculos.
11 de junho de 2020, quinta – Foi com muito esforço que passei da página 200. A história continua a mesma, embora esteja mais agitada pelas cenas de combate. Um pouco desinteressada pela leitura.
15 de junho de 2020, segunda – Deixei de lado Ilíada por uns dias para dar atenção a outros livro. Hoje devo chegar à metade da obra, que continua a mesma coisa, com a mesma fórmula, sem muitas surpresas. Estou mais atenta às pontuações, o que tem me ajudado a agilizar a leitura.
16 de junho de 2020, terça – Zeus não está tão isento da guerra quanto disse que estaria… (estou de olho, camarada).
18 de junho de 2020, quinta – Cheguei ao Canto XIV. Parece que os gregos estão começando a reagir. Vemos uma presença maior de Poseidon na história. Tenho uma ideia de como que o poema terminará, e sinto que estou chegando aos momentos finais da guerra.
4 de julho de 2020, sábado – Próxima de acabar. Dei uma pausa na leitura, deixando-a de lado nos dias úteis da semana devido ao trabalho. Cheguei aos momentos finais da história. Está tudo um pouco mais confuso, pois muitos personagens começaram a se aliar ao exército inimigo, enquanto outros vão deixando a luta.

9 de julho de 2020, quinta – Terminei! Até que enfim! O que posso falar das últimas páginas? Bom, depois da morte do Heitor (isso é um spoiler?), senti que a história se prolongou mais do que devia – ou eu estava de saco cheio mesmo.
Ilíada é um livro difícil – e não falo da estrutura, pois não conheço bem a métrica do livro. A linguagem veio mais fácil do que esperava, mas o desenvolvimento da narrativa foi um problema muito grande.
Além disso, o livro é bem prepotente, o que, parando para pensar com calma agora, não me surpreende nem um pouco. Minha maior descoberta foram as passagens BIZARRAS. Não tem como definir de outra forma.
No mais, entendo a importância de Ilíada para a cultura mundial, mas confesso que essa experiência eu não desejo repetir.
Adorei essa narrativa que você fez com a Ilíada. Estou lendo A Divina Comédia e acho que vou fazer algo parecido, ficou bem interessante. Ah, adorei o blog. Além da escrita, suas fotos são bem legais!
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Muito obrigada! Tenho vontade de ler A Divina Comédia, mas confesso que não sei bem o que esperar. Vou querer ler o seu diário de leitura para ver o que me espera 😊
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