Vamos esquecer que anunciei há alguns meses que estava voltando e, na verdade, voltei a desaparecer?
Vamos fingir que não escrevi um texto sobre dicas para sair de uma ressaca literária e, semanas depois, acabei entrando em um longo período afastada dos livros?
Não exatamente afastada, mas definitivamente lendo menos do que eu gostaria.
Para piorar, uma crise de escrita (isso existe?) me pegou. Eu tinha ideias na cabeça, montava a estrutura de uma resenha, mas o resultado final parecia ruim. E então descartava.
Estou tentando explicar por que acabei deixando de lado esse espaço que construí e ainda me é tão especial.
Senti falta de falar sobre livros com alguém. Mais do que isso, estava precisando escrever alguma coisa – qualquer coisa, não precisava ser sobre literatura – para aliviar o estresse do trabalho. Esse espaço ainda é uma boa válvula de escape para mim.
Aos poucos, estou voltando a pegar o ritmo da leitura, o que é ótimo. Com a escrita, simplesmente cheguei à conclusão de que não deveria tratar o problema como um “processo natural”. Para voltar a escrever, só escrevendo.
Ainda que seja escrevendo pouca coisa, resolvi colocar a mão na massa – nesse caso, a caneta no papel (ou, ainda, o dedo no teclado).
Já tenho esboços de conteúdo, resenhas pendentes e metas que impus a mim mesma para cumprir até o fim do ano. Quero falar sobre todos eles. Não necessariamente nessa ordem, e nem tudo de uma vez, mas com certeza todos.
Algo que deve me ajudar bastante nessas próximas semanas é o Kindle. Comprei um e-reader, enfim. Posso trocar a tela desgastante do celular por uma espécie de tablet, mas com a luz certa para os olhos.
O Kindle tem sido uma ferramenta fundamental para eu voltar a querer ler rápido. Adoro livros físicos, mas a fluidez de um Kindle… não tem igual.
Já adianto que tenho a ambição de escrever uma resenha sobre Ensaio Sobre a Cegueira, até agora o meu favorito do ano. Foi o início da minha jornada pelos livros do José Saramago. Estou obcecada por esse autor.
Explicações dadas, só resta dar tchau e desejar boas leituras. E manter a promessa de voltar. E cumprir a promessa.
apseudocrítica 
Eu estou nessa de dar as caras, achar que “agora vai”, e de repente ficar afastada, daí volto, produzindo posts banais para não perder tanto engajamento, sumo de novo, e de repente volto com muita vontade, mas daí o conteúdo tem baixo alcance e eu me enfurno de novo. Tenho conseguido ler, mas só porque amo muito. Tem dias (na verdade noites), que só tenho um tempo para mim mesma, e, consequentemente, para ler, depois das 23:00, sendo que no dia seguinte, 6:30 já tenho que acordar. Mas sentar e escrever tem sido mais complicado. Então, sim, acho que existe isso de crise de escrita. Real. Estou com saudades das suas resenhas, maravilhosas. Acho que a cura da crise de escrita é só escrevendo mesmo. Vai engavetando os textos que te desagradam, às vezes uma frase é o que basta para que nos tire dessa crise.
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